... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!
sábado, 29 de junho de 2013
quarta-feira, 26 de junho de 2013
“Arquiteto do Futuro”
Não faço greve a ideias mais brilhantes:
Alavancas do Sonho e
Eternidade;
A opiniões assaz edificantes:
Ninhos do alpendre “Amor e
Dignidade”.
Não faço greve à vida dos
infantes:
Quadro e giz da matéria
“Honestidade”;
À luta que leciono como dantes:
Par de asas p’ra dar “20” à “Liberdade”.
Não faço greve apenas por fazer;
Cumpro os Outros ainda por
nascer:
Degraus ao lado do mais alto
muro.
Não faço greve por imitação;
Não dou aulas, mas “dou uma
lição”:
Dever de um “Arquiteto do Futuro”!
26/6/2013 Paulo
Ilharco
terça-feira, 25 de junho de 2013
MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA
Um dos mais belos filmes que vi!
Não iguala, certamente, o livro, mas é um excelente complemento. Sendo que, habitualmente, os filmes nascidos de livros deixam uma sensação de 'falta', neste conseguiu-se, do meu ponto de vista, passar os sentimentos mais importantes.
Simplesmente delicioso!
segunda-feira, 10 de junho de 2013
O CHAPÉU DE CHUVA
A chuva caía miúda, constante, fria. Parada no tempo. Cinzento. Indiferente. Nada era bom, bonito, alegre. Noutro lugar do mundo o sol brilharia, as cores refulgiriam e os sorrisos voariam, soltos pelo ar. Mas aqui a tristeza, o vazio. Carregava em mim todos os pesos do mundo.
O chapéu de chuva seguia-me. Presente, protetor. O caminho fazia-se lentamente. Nas minhas costas dezenas de pares de olhos concentrados em mim. Dezenas de pensamentos na minha direção. Adivinhava-lhes as reflexões. As de cada um. Deve ser assim que se sentem as estrelas de cinema. Mas em bom. Sabia que em breve todos esses pares de olhos esqueceriam a comiseração do momento.
O desenho da calçada portuguesa no chão apresentava-se sujo e molhado. E o chapéu de chuva por cima da minha cabeça. Protegendo-me dos olhares cravados em mim. O caminho fazia-se em silêncio. O silêncio asfixia todos os barulhos. O silêncio de dezenas de passos. Atrás de mim, seguindo-me como se eu pudesse conduzi-los a um destino específico. Pendentes do meu ritmo, do meu rumo, das minhas emoções por soltar. E o chapéu de chuva protegendo-me, criando um muro para lá do qual as emoções esperavam a solidão.
Concentrada no ruído das rodas sobre o empedrado, mordi as lágrimas que o chapéu de chuva teria, no entanto, escondido. As lágrimas que não choradas ninguém me perdoaria. Segui-o consciente de cada movimento, de cada som…
Sabia que a vida me estava a virar do avesso, mas ainda não tinha descoberto que o avesso é o meu lado. Os pensamentos estavam demasiado desarrumados. Nos olhos vivia-me a vida passada. A minha vida suspensa, à espera de ser reescrita. Eu a crescer com o golpe duro da vida e com o teu toque suave na minha alma.
Décadas de minutos mais tarde, um cemitério de dores ficava para trás. E o teu chapéu de chuva protegendo-me, enquanto te via desaparecer no espelho retrovisor…
domingo, 9 de junho de 2013
AS TRÊS MULHERES DE SANSÃO
O
livro é constituído por duas novelas, a primeira das quais lhe dá o título. Essa
conta-nos a biografia amorosa de Sansão, retratando três figuras de mulher. A
segunda novela apresenta-nos uma história de província, cujas personagens e
cenários nos transportam para um Portugal distante no tempo, mas facilmente
reconhecível nas palavras do autor.
Aquilino Ribeiro nasceu em Sernancelhe, Carregal,
em 13 de setembro de 1885 e morreu em Lisboa, em 27 de maio de 1963. Foi um dos
mais fecundos romancistas de primeira metade do séc. XX, tendo publicado com regularidade
e êxito junto do público e da crítica. Maçónico, anarquista e apoiante dos
regicidas, dividiu a sua vida entre Lisboa, Paris e Alemanha. Optou por uma
literatura de tradição, usando uma linguagem vernácula, cheia de
provincianismos. No entanto, por ter procurado, sistematicamente, uma renovação
contínua de temas e processos, não pode ser enquadrado em nenhuma das escolas e
tendências da sua época.
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