... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

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sexta-feira, 22 de agosto de 2014


AS PESSOAS FELIZES LÊEM E BEBEM CAFÉ

            Um livro levezinho, apesar do tema pesado.

            Gostei muito da descrição do luto da protagonista. Até meio da história, refletimos com a personagem principal sobre a mágoa da perda e o sentido da vida. Mas, a partir daí, apresenta-se-nos uma comum história de amor e sedução. O final é surpreendente, não porque seja extraordinário, mas porque a caracterização psicológica que vinha a ser feita da protagonista a encaminhava, claramente, na direção oposta à que lhe foi dada.

terça-feira, 19 de agosto de 2014


O HUSSARDO

            História de guerra, relatada com crueza, que nos leva a refletir, em conjunto com o protagonista, sobre a morte e o sentido da vida. O romance está construído em torno da luta entre idealismo e realismo, sendo a vitória deste face à necessidade de sobreviver. Os ideais de glória e heroísmo, incutidos pelos senhores da guerra, que decidem sobre a vida e a morte dos soldados e populações em geral, nada valem perante a crueldade da batalha.

            Já tinha lido A Sombra da Águia, sobre o mesmo tema, mas não gostei. Depois li O Mestre de Esgrima e O Tango da Velha Guarda. Brilhantes!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014


AS LUZES DE SETEMBRO

            De facto, torna-se difícil que, depois de um romance extraordinário, o autor consiga igualar a genialidade. A Sombra do Vento continuará, a meu ver, a ensombrar qualquer coisa que Carlos Ruiz Zafón escreva ou tenha escrito. Por outro lado, o cuidado com a ordem por que as obras vão sendo publicadas pode determinar a ‘fidelização’ do leitor a um autor ou não.
            Mesmo assim, continuo a gostar muito de Zafón.  

            Intriga, Fantasia, mistério, luzes e sombras. Os ingredientes habituais de Zafón. O interesse habitual.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014


ETERNO DOMINGO

Confesso que dificilmente compraria um livro sobre futebol. Mas este foi-me oferecido pela ‘implacável mãe’ do autor, com direito a dedicatória e tudo!

Levar para o mundo do futebol quem dele anda alheado não há de ser tarefa fácil. Comigo resultou. Ricardo Namora vai colorindo este desporto com pinceladas de pormenores humorísticos, contando histórias da História do futebol, sem cansar o leitor e levando-o a aprender algumas coisas sobre cultura geral futebolística. Ainda por cima, emoldura tudo isto num registo de escrita fluido, leve e … escorreito!

Gostei. : )

quinta-feira, 24 de julho de 2014


OS CADERNOS DE DOM RIGOBERTO

Retoma-se a história de Elogio da Madrasta.
Através dos seus cadernos conhecemos as considerações, pensamentos e análises de Dom Rigoberto sobre diversos temas, com a perspicácia, ironia e humor que já conhecíamos a esta personagem, verdadeiro esteta que retira da cultura um prazer inexcedível.  Tendo a esposa, Dona Lucrécia, como seu único ‘objeto’ de desejo físico e espiritual, vive, durante a separação, fantasias que se confundem com a realidade. E Fonchito, o filho do primeiro casamento de Dom Rigoberto, sempre presente, manipulando pai e madrasta.

Um livro acerca da arte de amar, sob várias formas.

 

segunda-feira, 23 de junho de 2014




ELOGIO DA MADRASTA
Gosto de Mario Vargas Llosa. É daqueles autores que não cansam, porque as suas histórias são sempre diferentes. Até o registo de escrita parece mudar em função do tipo de narrativa.  
Em Elogio da Madrasta encontramos uma intensa narrativa poética acerca do amor/erotismo entre uma mulher de quarenta anos, o seu marido e o filho deste, um menino cujo ar de anjo esconde uma perversidade inusitada. Imperdíveis os pormenores deliciosos das magníficas abluções noturnas do marido, preparando o corpo para os prazeres de alcova com a esposa.
Uma história surpreendente, com um forte cariz erótico,  numa soberba técnica narrativa.
 



segunda-feira, 21 de abril de 2014


O QUARTO DE JACK

A emocionante e arrepiante história do rapto de uma rapariga de 19 anos que é mantida em cativeiro, num exíguo quarto, durante sete anos. Aí nasce Jack, o narrador, que, com cinco anos, supera os seus medos, toda a fragilidade de uma criança que acaba de saber que o mundo não se resume ao seu quarto nem os seres humanos a si e à sua mãe, e põe em prática uma atribulada fuga que resulta na libertação da mãe e na captura do raptor.

Uma narrativa bem atual, na qual se mesclam sentimentos díspares tanto das personagens como do leitor. Muito bom!

terça-feira, 15 de abril de 2014


ENCONTRO DE AMOR NUM PAÍS EM GUERRA 

            Este livro de contos compõe-se de um conjunto de textos dispersos de Luís Sepúlveda, dividido em três partes: amores e desamores, heróis e canalhas e imprevistos. Todas as histórias estão salpicadas do bizarro, do absurdo. Para além da política, tema dominante no autor, encontramos, também, a guerra, a aventura e, sobretudo, o amor, narrados com uma soberba ironia.

domingo, 6 de abril de 2014


A MUHER QUE PRENDEU A CHUVA
Em A Mulher que Prendeu a Chuva, encontramos uma série de contos que versam sobre o quotidiano, realidades bem próximas de todos nós. De destacar o papel da mulher na sociedade e a condição humana. Uma escrita cuja simplicidade nos faz parecer – mas, apenas parecer – que é muito fácil escrever histórias. Mas, sobretudo, uma simplicidade que permite que leitores menos competentes possam ler bons autores sem o receio de os não compreenderem.


Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística, Romanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, assistente na Faculdade de Letras de Lisboa e depois de provas académicas professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada. A partir de 1995 passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
Além da permanência de três anos na Alemanha viveu dois anos em São Paulo, Brasil, e conheceu Moçambique, onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.
Autora sobretudo de romances, publicou até agora duas novelas (Os Teclados e Os Anjos) e duas colectâneas de contos (Histórias de Ver e Andar e A Mulher que prendeu a Chuva).Três dos seus livros foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, Alemanha e Roménia: Os Teclados por Jorge Listopad no Centro Cultural da Belém, 2001; Os Anjos por por João Brites e o grupo O Bando, 2003; A Casa da Cabeça de Cavalo ganhou o Grande Prémio do Festival Internacional de Teatro de Bucareste, Roménia, em 2005, com encenação de Eusebiu Stefanescu. Encenada também na Alemanha por Beatriz de Medeiros Silva e o grupo Os Quasilusos, em 2005.
Foi escritora-residente na Universidade de Berkeley em 2004.
In http://teolindagersao.com/
 



domingo, 23 de fevereiro de 2014


A SENTINELA

            Desta vez Richard Zimler apresenta como pano de fundo para um policial psicológico o Portugal contemporâneo em que reconhecemos espaços, personalidades, políticas, a sociedade dos nossos dias.

            A personagem principal, um inspetor chefe da PJ, sofre de transtorno de identidade dissociativa. Tem um alter ego que se desenvolveu como forma de proteger, na infância, o irmão mais novo dos abusos do pai.

            Mais uma vez, Zimler brinda-nos com presonagens simplesmente fantásticas e revela um profundo conhecimento das emoções.

domingo, 16 de fevereiro de 2014


ÁLVARO, EUGÉNIA E ANA

Um livro muito interessante que mostra parte da vida privada de Álvaro Cunhal e da sua família. Fascinante a personalidade deste homem reservado, simples e convicto.

 

domingo, 2 de fevereiro de 2014


CRÓNICA DO REI PASMADO

É uma narrativa bem humorada e mordaz, repleta de críticas à moral e bons costumes da Igreja e da sociedade em geral, profundamente influenciada pela Fé.

 Transforma-se uma questão trivial - o desejo de um marido de ver a sua mulher nua (depois de ter passado a noite com uma cortesã) -  num episódio extraordinário, pelo ‘simples’ facto de o marido ser o rei Filipe IV de Espanha, II de Portugal, e a esposa a rainha.

Numa Espanha do século XVII, dominada pela Inquisição, numa época em que o formalismo da corte exigia um requerimento -  formal,  justificativo e humilhante - de cada vez que o soberano pretendesse passar a noite com a rainha, era natural que o clero fosse em defesa do pudor, da reserva e dos bons costumes, atribuindo os hipotéticos fracassos da nação à vingança divina pelos pecados carnais do rei.

No entanto, apesar das medidas tomadas para evitar que os reis se encontrem a sós, um jesuíta português, uma cortesã, uma madre superiora de um convento e um conde galego ajudarão a levar a cabo um plano que ludibrie a Igreja.








domingo, 26 de janeiro de 2014


CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOA E OFÉLIA QUEIROZ

“5/4/1920

Meu Bebé pequeno e rabino:

[…]

Quando nos podemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo … meu Bebé para sentar no colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para … (e depois o Bebé é mau e bate-me …) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuas sendo, mas longe de mim.

Bebé, vem cá, vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boquinha do Nininho … Vem … Estou tão só, tão só de beijinhos …”

[…]

 

“5/4/1920

Meu Fernandinho lindo,

[…]

Hoje o meu nininho é que foi muito bonzinho para o seu amorzinho não lhe disse disparate nenhum (daqueles de costume) vinha muito amiguinho e eu também muito amiguinha dele.”

[…]

Excertos que ilustram - na perfeição! - as palavras do poeta: "Todas as cartas de amor são ridículas"!!!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

ÍNCLITA GERAÇÃO

     A vida de Isabel de Borgonha, filha de Filipa de Lencastre e do Mestre de Avis. O amor, a amizade, os laços familiares, a política ...

     Até para "escolher" o momento histórico em que se nasce é preciso sorte!

domingo, 22 de dezembro de 2013


O ROMANCE DA VELHA GUARDA

Mais um extraordinário romance de Arturo Pérez-Reverte. Desta vez, a ação decorre em três espaços e momentos históricos distintos: 1928, num navio com destino a Buenos Aires; em 1937, na Riviera Francesa e em 1966, em Sorrento.

Um romance em três atos ao ritmo do tango, com duas carismáticas personagens de ficção: uma mulher linda, inteligente e independente, enigmática e melancólica e um dançarino extraordinário e elegante, um aventureiro, um escroque irresistível, um sedutor, um homem consciente de si mesmo, sempre com a resposta na ponta da língua para todos os momentos.

É uma complexa, arrebatadora e apaixonante história de amor e aventura, paixões, intrigas, sentimentos, traições, que acompanha quatro décadas do século XX.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

UM ESTRANHO EM GOA

"Para conceber Um estranho em Goa, o autor passou alguns meses na antiga possessão portuguesa na Índia.  Lá, captou todas as particularidades de uma cultura que mistura a herança portuguesa e a inglesa com a do povo hindu.  O local é apenas um dos cenários de colonização portuguesa no qual o romance é ambientado.  Agualusa ainda retrata no livro – em tempos diferentes - a Angola à beira da guerra pela independência durante o processo de descolonização e um Brasil selvagem e amazônico pouco conhecido até mesmo pelo leitor brasileiro.
Agualusa cria um narrador que é seu alter ego: José, assim como o primeiro nome do escritor, é um jornalista que procura descobrir o paradeiro do ex-militar e agente secreto angolano Plácido Domingo e cujo percurso se espalha por três continentes e localidades de culturas tão diferentes, mas unidos por um mesmo idioma.  Depois do doloroso processo de descolonização na Angola, o qual se seguiu uma sangrenta guerra civil, Domingo busca refúgio no Brasil, na selva amazônica, em meio a tribos indígenas.  Anos depois, José segue pistas que o levam a Goa, último paradeiro conhecido do militar. 
Enquanto busca reconstituir a história de Plácido Domingo, o jornalista também vai construindo sua própria narrativa, povoada de cheiros, cores e personagens únicos, como o motorista de táxi Salazar, ou Sal, que considera seu homônimo mais conhecido, um grande português.  Há Enoque, o livreiro, que se torna fonte de informação para o jornalista e escritor.  Também faz parte deste rol de tipos o proprietário do Grande Hotel Oriente Pedro Dionísio, que se torna seu amigo.  É por meio de Pedro Dionísio – e dos interesses amorosos de José, Lailah e Lili - que o jornalista tem contato com um mundo misterioso em Goa: o do sincretismo religioso, que mistura santos católicos com divindades hindus e mentes que abarcam todo o tipo de misticismo, abrindo espaço para um clandestino e perigoso mercado de comércio de relíquias.
Em Um estranho em Goa, Agualusa fez um excelente apanhado da vivência goesa, captando o complexo holograma dos sentimentos históricos e atuais da vida nessa província indiana."
 
                                                                              in http://www.gryphus.com.br/livro_estranho.html

segunda-feira, 18 de novembro de 2013


QUANDO A CHUVA PARAR
 

Duas amigas, duas horas ao telemóvel, uma  viagem de automóvel do Porto a Lisboa. Uma conversa alucinante, sem pausas. O presente e o passado ligados pelo sentido de humor. “A amizade é um luxo.”


domingo, 17 de novembro de 2013


O RETRATO DA MÃE DE HITLER

Basicamente a história tem os ingredientes necessários para funcionar bem. Como pano de fundo, apresenta-se Lisboa como rota de fuga dos refugiados da II Guerra Mundial e dos nazis, Salazar e as suas opções estratégicas, a luta pela Democracia no nosso país, os jogos diplomáticos das grandes potências mundiais.

No entanto, lamentavelmente, a um terço da história, o autor perde-se em abundantes cenas de sexo, um pouco despropositadas. O protagonista, dividido entre uma paixão e um amor, é um homem fraco no que respeita a mulheres e, principalmente, na manipulação que permite a um pai que o despreza e humilha.

A escrita é leve e fluída. O livro lê-se com facilidade.   

sexta-feira, 11 de outubro de 2013


CONTOS DO GIN-TONIC

Uma série de pequenas histórias cheias de humor, com personagens surreais e situações verdadeiramente inusitadas.

domingo, 25 de agosto de 2013


NAÇÃO CRIOULA

            Escrito em forma epistolar, mas estruturado como um romance clássico, Nação Crioula (nome do último barco negreiro que cruzou os mares entre Angola e o Brasil) ressuscita a personagem coletiva criada por Eça de Queiroz e os seus amigos do Cenáculo, Fradique Mendes.
            Tendo por base a História de Portugal, do Brasil e de Angola do séc. XIX, Agualusa centra a ação no tráfico de escravos (Angola continuava a abastecer o Brasil com escravos, mesmo depois da proibição da escravatura), mostrando as contradições e conflitos daquelas duas sociedades coloniais, fazendo, no fundo, uma crítica irónica ao colonialismo português. Movimento abolicionista versus escravocratas.
            A credibilidade de Fradique Mendes, enquanto personagem (que se sabe ficcionada) é-nos dada através de outras personagens, também ficcionadas, mas inspiradas na realidade e pelas cartas de Fradique ao próprio, Eça, à sua madrinha Madame de Jouarre e à sua amada Ana Olímpia. Em Agualusa, Fradique continua a ser um homem movido pelas emoções, pela vontade de conhecer e entender novas culuras, marcado por inúmeras viagens, um homem adiantado para o seu tempo. Mas aparece preocupado com as questões políticas do Brasil e de África, com uma postura muito menos discreta do que em Eça.
            A não perder!


 

A CORRESPONDÊNCIA DE FRADIQUE MENDES

                Depois de ler Nação Crioula de José Eduardo Agualusa, foi-me impossível resistir a reler A Correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiroz.
            Dividido em duas partes, sendo a primeira (apresentação da personagem) a introdução à segunda (as cartas propriamente ditas), o livro apresenta a personagem Fradique Mendes como se tivesse realmente existido, privando com personagens reais. Uma personagem fascinante, ressuscitada, recentemente, por José Eduardo Agualusa.