DE AMARRAS
Prisioneira de um corpo que não
reconheço, na memória do outro que já foi o meu.Ou não? Esse que foi e já não é
terá sido meu? Saiu de mim, ganhou asas e partiu.
Poder ser outra. Esta aqui, aquela
além, a outra, ainda, ali. Cortar amarras e ir. Simplesmente ir. Libertar-me
deste invólucro que me prende, revestir a alma de outra matéria, escolher a
pele, os olhos, as unhas… matéria que se coadune com o espírito.
Os meus sonhos têm o tamanho do
mundo,o meu mundo o tamanho de um sonho.
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