Num estilo cinematográfico, o autor faz o detective Jaime
Ramos viajar pelo Porto, cidade onde vive, Vidago, Chaves, Angola, Venezuela,
Casablanca – espaço metafórico, símbolo de liberdade -, na bem-sucedida
tentativa de desvendar dois crimes, inicialmente sem relação aparente entre si,
e, mais tarde, um terceiro homicídio. A par da trama policial assistimos a um
olhar deste anti-herói, que se sente envelhecer, sobre o seu próprio passado,
suscitado pelas circunstâncias dos crimes.
Foi o primeiro livro que li de Francisco José Viegas e
gostei muito. A zona do Douro é-me particularmente querida e a descrição
daquele espaço, no livro, é extraordinária. Enterneceu-me, também, a relação
que Jaime Ramos mantém com Rosa: aparentemente desprendida, mas, afinal,
profundamente intensa. Um excelente livro.
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