JOGO DE SOMBRAS
Apesar da
noite cálida, acolhia no peito o mês inteiro de novembro. Por entre a bruma do
sonho, esta saudade dormida em silêncios. Silêncio dormido entre as sombras. O
escuro, atrevido, a mordiscar-me os pés. Sono semi desperto. Sombra tomando
forma. A do teu rosto. Convida-me. Como
um leão caçando o medo, sigo-te.
Tu, refletido em várias sombras, eu
seguindo-te. Tu, mal intuindo a minha presença, esquivando-te, eu procurando-te. Tu de aço, eu de seda. Tu à
beira do abismo, eu estendendo a minha mão de afago incipiente. Tu, arca de
mistérios, eu sem saber em qual me escondo.
Tu, asa esvoaçando pelo quarto, escapando. Eu raíz.
Perco-te na
obscuridade.
Olá, Ana!
ResponderEliminarEstá lindamente construída esta descrição desse sonho acordado,nascido de outro bem mais real, fugidio, e não concretizado...Ou o sonho como substituto da realidade,expediente a que a mente recorre como forma de nos consolar...
Abraço amigo; boa semana!
Vitor