... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

domingo, 10 de março de 2013


JOGO DE SOMBRAS

Apesar da noite cálida, acolhia no peito o mês inteiro de novembro. Por entre a bruma do sonho, esta saudade dormida em silêncios. Silêncio dormido entre as sombras. O escuro, atrevido, a mordiscar-me os pés. Sono semi desperto. Sombra tomando forma. A do teu rosto. Convida-me.  Como um leão caçando o medo, sigo-te.
 Tu, refletido em várias sombras, eu seguindo-te. Tu, mal intuindo a minha presença, esquivando-te,  eu procurando-te. Tu de aço, eu de seda. Tu à beira do abismo, eu estendendo a minha mão de afago incipiente. Tu, arca de mistérios, eu sem saber em qual me escondo.  Tu, asa esvoaçando pelo quarto, escapando. Eu raíz.
Perco-te na obscuridade.

1 comentário:

  1. Olá, Ana!

    Está lindamente construída esta descrição desse sonho acordado,nascido de outro bem mais real, fugidio, e não concretizado...Ou o sonho como substituto da realidade,expediente a que a mente recorre como forma de nos consolar...

    Abraço amigo; boa semana!
    Vitor

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