NAÇÃO CRIOULA
Escrito
em forma epistolar, mas estruturado como um romance clássico, Nação Crioula (nome
do último barco negreiro que cruzou os mares entre Angola e o Brasil) ressuscita
a personagem coletiva criada por Eça de Queiroz e os seus amigos do Cenáculo,
Fradique Mendes.
Tendo
por base a História de Portugal, do Brasil e de Angola do séc. XIX, Agualusa
centra a ação no tráfico de escravos (Angola continuava a abastecer o Brasil
com escravos, mesmo depois da proibição da escravatura), mostrando as
contradições e conflitos daquelas duas sociedades coloniais, fazendo, no fundo,
uma crítica irónica ao colonialismo português. Movimento abolicionista versus
escravocratas.
A
credibilidade de Fradique Mendes, enquanto personagem (que se sabe ficcionada)
é-nos dada através de outras personagens, também ficcionadas, mas inspiradas na
realidade e pelas cartas de Fradique ao próprio, Eça, à sua madrinha Madame de
Jouarre e à sua amada Ana Olímpia. Em Agualusa, Fradique continua a ser um
homem movido pelas emoções, pela vontade de conhecer e entender novas culuras,
marcado por inúmeras viagens, um homem adiantado para o seu tempo. Mas aparece
preocupado com as questões políticas do Brasil e de África, com uma postura
muito menos discreta do que em Eça.
A
não perder!
A CORRESPONDÊNCIA DE FRADIQUE MENDES
Depois de
ler Nação Crioula de José Eduardo Agualusa, foi-me impossível resistir a reler
A Correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiroz.
Dividido
em duas partes, sendo a primeira (apresentação da personagem) a introdução à
segunda (as cartas propriamente ditas), o livro apresenta a personagem Fradique
Mendes como se tivesse realmente existido, privando com personagens reais. Uma
personagem fascinante, ressuscitada, recentemente, por José Eduardo Agualusa.
Olá, Ana!
ResponderEliminarEscravatura é certamente dos temas que mais histórias, romances e filmes inspirou.Para não falar da escravatura em si mesma, que em larga medida determinou a forma como este nosso mundo evoluiu até aos dias de hoje.
Não conheço o romance nem o escritor; apenas um pouco sobre a personagem de Fradique Mendes, rica, e a fazer lembrar um pouco Oscar Wilde.
E lê-lo, será mais um a juntar à lista das minhas boas intenções...
Boa semana; um abraço.
Vitor