NO INFINITO
Já hoje fui
contigo ao Infinito. Vesti-me de pele e preparei-me para te seguir limpa de
mundo. (Mentira. Conheço-te. Sei que não posso despir-me de mim para me deixar
levar, segura, plena da tua vontade.)
Pegaste-me
pela mão e voámos pelos caminhos tortuosos que sempre escolhes. Mesmo os limpos
acabam por ganhar escolhos que insistes em recolher para os atrapalhares.
Pássaros
desorientados, ora subindo ora descendo. Porque os caminhos que escolhes se
truncam uns nos outros, perdem o sentido, terminam no nada.
Em desvario
dos sentidos, subimos tão alto que acreditámos ter atingido o ‘máximo+1’. (Mentira.
Conhecemo-nos. Ambos sabemos que ‘bom’ é o nosso limite.)
Finalmente
exaustos, sentaste-nos em nuvem aparentemente tranquila. Sacudimos a poeira da
alma e conversámos sobre tudo e sobre nada, avançámos, recuámos. Rimos e
sonhámos momentos mágicos.
E, de
repente, como sempre, sem pré-aviso, descemos a uma velocidade atroz.
Precavidos, pousámos os pés em terra, escapando com alguns arranhões.
Um dia,
estatelar-nos-emos no chão …
ou
Um dia, um
de nós já não sentirá vontade de subir …
Olá, Ana!
ResponderEliminarParabéns pela capacidade de síntese; por condensar num texto tão curto todo um modo de viver a vida dum tempo que aqui se intui já ser longo.
Quanto ao resto, comentar seria despropositado, um atrevimento:Deus saberá de todos, e cada um de si mesmo...
Bom fim de semana,com tudo a correr bem, mais um abraço amigo.
E ainda um obrigado pelas palavras simpáticas do último comentário
Vitor