CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOA E OFÉLIA QUEIROZ
“5/4/1920
Meu Bebé
pequeno e rabino:
[…]
Quando nos
podemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha,
sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo … meu Bebé para sentar no colo! Meu Bebé
para dar dentadas! Meu Bebé para … (e depois o Bebé é mau e bate-me …)
«Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuas sendo, mas longe de mim.
Bebé, vem
cá, vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha
contra a boquinha do Nininho … Vem … Estou tão só, tão só de beijinhos …”
[…]
“5/4/1920
Meu
Fernandinho lindo,
[…]
Hoje o meu
nininho é que foi muito bonzinho para o seu amorzinho não lhe disse disparate
nenhum (daqueles de costume) vinha muito amiguinho e eu também muito amiguinha
dele.”
[…]
Excertos que ilustram - na perfeição! - as palavras do poeta: "Todas as cartas de amor são ridículas"!!!
Também sinto um pouco de ridículo ao escrever versos de amor, mas é assim que sei "ser poeta" :)
ResponderEliminarReconheça, Vítor, que a questão é de época. Na altura escrevia-se assim e pronto! Hoje conhecemos formas bem mais bonitas e doces - sem lamechices - de dizermos 'amo-te'. : )
EliminarOlá, Ana!
ResponderEliminarEste Fernandinho tinha a escola toda...ou não fosse ele poeta - e também um exagerado...digo eu.
Já quanto ao ridículo das cartas de amor, só o são quando se tornam do conhecimento público, o que supostamente não devia acontecer...
Boa semana, um abraço, mais um obrigado pelo simpático comentário
Vitor
Concordo inteiramente consigo, Vítor. Aliás, pelo sim peno não, já proibi todos os membros da minha família de publicarem, postumamente, qualquer linha que eu tenha escrito a quem quer que seja sobre o amor! : ))
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