ENTRE O CÉU E O INFERNO
Sentada na nuvem desço os olhos para
os caminhos que se cruzam, entrelaçam. As cores do meu verão desenham caminhos,
enquanto desmaia setembro. Ouço a frescura dos mercados, cheiro o verde da
folhagem, acaricia-me o vento. Pinto os caminhos com as cores das palavras,
atiro-lhes um punhado de doces saudades vagabundas. Suaves veredas serpenteiam
por vales, ladeadas de verde e brilho. Correm paralelas, juntas,
entrecruzam-se, soltam-se aqui e ali para, pouco depois, se voltarem a
encontrar. Sonho passeios reais, correrias, risos e afagos.
A plenitude do momento
desequilibra-me. A queda parece interminável.
Sentada na rocha negra, ergo os olhos
para os caminhos de lume, sombras e incertezas. As bocas negras dos vulcões
lançam a densidade que envolve os trilhos rasgados a fogo na terra. O vazio
pesa-me mundos sobre os ombros. Por entre árvores calcinadas, imagens disformes
espelham-se na lava que vem envolver-me. Mergulho nas chamas, envolta na
memória da vida.
Olá, Ana!
ResponderEliminarDifícil fazer a ponte entre duas imagens tão distantes; que sendo ambas retrato da mesma natureza, ainda assim não combinam, parecendo falar de mundos diferentes.
E se me fosse confiada a revisão do texto, guardaria a primeira, e apagaria a segunda...
Abraço amigo; bom resto de semana.
Vitor
Olá, Ana!
ResponderEliminarNo comentário que deixou ficou também uma pergunta, a que só agora respondo, aproveitando para lhe desejar um bom restinho de Domingo.
Nódoa, não serei - acho eu...mas também não me encontro exactamente no extremo oposto: uma daquela pessoas com um enorme apetite e jeitinho para apreender tudo o que seja novas tecnologias.Por mim, este mundo bem podia caminhar mais devagar;tanta pressa, para chegar onde...?
Um abraço
Vitor