... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


ENTRE O CÉU E O INFERNO

Sentada na nuvem desço os olhos para os caminhos que se cruzam, entrelaçam. As cores do meu verão desenham caminhos, enquanto desmaia setembro. Ouço a frescura dos mercados, cheiro o verde da folhagem, acaricia-me o vento. Pinto os caminhos com as cores das palavras, atiro-lhes um punhado de doces saudades vagabundas. Suaves veredas serpenteiam por vales, ladeadas de verde e brilho. Correm paralelas, juntas, entrecruzam-se, soltam-se aqui e ali para, pouco depois, se voltarem a encontrar. Sonho passeios reais, correrias, risos e afagos.
A plenitude do momento desequilibra-me. A queda parece interminável.
Sentada na rocha negra, ergo os olhos para os caminhos de lume, sombras e incertezas. As bocas negras dos vulcões lançam a densidade que envolve os trilhos rasgados a fogo na terra. O vazio pesa-me mundos sobre os ombros. Por entre árvores calcinadas, imagens disformes espelham-se na lava que vem envolver-me. Mergulho nas chamas, envolta na memória da vida.

2 comentários:

  1. Olá, Ana!

    Difícil fazer a ponte entre duas imagens tão distantes; que sendo ambas retrato da mesma natureza, ainda assim não combinam, parecendo falar de mundos diferentes.
    E se me fosse confiada a revisão do texto, guardaria a primeira, e apagaria a segunda...

    Abraço amigo; bom resto de semana.
    Vitor

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  2. Olá, Ana!

    No comentário que deixou ficou também uma pergunta, a que só agora respondo, aproveitando para lhe desejar um bom restinho de Domingo.
    Nódoa, não serei - acho eu...mas também não me encontro exactamente no extremo oposto: uma daquela pessoas com um enorme apetite e jeitinho para apreender tudo o que seja novas tecnologias.Por mim, este mundo bem podia caminhar mais devagar;tanta pressa, para chegar onde...?

    Um abraço
    Vitor

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