... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

domingo, 25 de novembro de 2012


HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA

            Raimundo Silva, um revisor de livros, na casa dos cinquenta anos, com uma vida bastante vazia, marcada pelo rigor, pelo cinzentismo, por hábitos rígidos, introduz, voluntariamente, uma palavra nova nas provas de um tratado de História intitulado “História do Cerco de Lisboa”. Assim, os cruzados não teriam ajudado os portugueses a conquistar Lisboa. Paralelamente, o revisor, que já nada mais esperava da vida, envolve-se, sentimentalmente, com a editora Maria Sara que o incentiva a reescrever a História. Num extraordinário jogo de palavras, Saramago constrói alguns momentos de uma sedução inteligente, mesclando os desejos da alma e do corpo.
            “ […] Posso dizer-lhe que a amo, Não, diga só que gosta de mim, Já o disse, Então guarde o resto para o dia em que for verdade, se esse dia chegar, Chegará, Não juremos sobre o futuro, esperemo-lo para ver se ele nos reconhece […] ”
“ […] Ninguém deveria poder dar menos do que deu alguma vez, não se dão rosas hoje para dar um deserto amanhã, Não haverá deserto, É só uma promessa, não o sabemos […] “


JOSÉ SARAMAGO nasceu a 16 de novembro de 1922, na Azinhaga, Golegã, e morreu em 18 de junho de 2010, nas Canárias. Recebeu o prémio Camões, em 1995, e o prémio Nobel da Literatura, em 1998. Foi escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta.
Escreveu uma obra vastíssima.

2 comentários:

  1. Uma obra que dispensa comentários. Para mim um dos maiores prosistas de sempre.

    ResponderEliminar
  2. Olá, Ana!

    José Saramago é o meu escritor favorito. De modo que falar sobre ele é sempre um prazer, apesar dos muitos maus tratos que deu à gramática ao dispensar muitos dos sinais que tanto jeito dariam para navegar através daquele emaranhado de palavras...

    E também sobre ele já fiz um post, pouco depois dele ter embarcado naquela excursão pelos lugares da memória, como que em jeito de despedida antecipada...em que ele já falava de si como "coisa" do passado, com visível mágoa do que pouco já teria de futuro.E a premonição estava certa...

    Este livro, já o li - tendo começado pela Jangada de Pedra; tarefa nada fácil, em que por vezes me senti um tanto à deriva...por falta das ditas balizas.

    Boa escolha; boa semana.
    Vitor

    ResponderEliminar