... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!
domingo, 27 de maio de 2012
CIVISMO: UM LEGADO A APERFEIÇOAR
Não
tenho por hábito escrever textos de opinião, mas há situações que me incomodam
de sobremaneira.
Ontem,
depois de ter assistido a um espetáculo de música, dirigi-me, com alguns
amigos, à esplanada de um café do meu bairro. Espaço interior amplo, uma
esplanada meio-fechada, outra completamente aberta. Quase todas as mesas
ocupadas, num fim de tarde fresco.
O
empregado chegou minutos depois de nos termos acomodado. Um cheiro a suor que
fazia adivinhar muito mais do que apenas uma tarde de trabalho numa camisa que
de branco-sujo já só tinha a segunda parte. Apertou a mão a um dos meus amigos –
como se já tivesse trocado com ele mais do que duas ou três conversas de
circunstância! – e trouxe rapidamente as bebidas, é certo. Um copo para mim,
que tinha pedido água, mas nenhum para as minhas amigas que pediram cerveja.
Estaria, certamente, o senhor à espera de se deliciar a ver três senhoras,
entre os quarenta e os cinquenta anos, a beberem cerveja por uma garrafa! Penso
até que esperaria ver as ditas senhoras, enquanto bebiam pela garrafa,
descansarem os pés em cima da mesa e arrotarem a seguir a cada gole!
Resolvida
a questão da falta de copos, comecei a reparar em pormenor insólito. No topo da
esplanada, mesmo em frente a mim, três homens, na casa dos quarenta anos, e,
empilhadas geometricamente em cima da mesa, uma dúzia de “loiras”. De cada vez
que o empregado passava por ali, virava-se de costas para o interior do café e
de frente para nós e emborcava um valente gole de cerveja de uma das várias
garrafas. Prefiro presumir que conseguia discernir qual era a “sua” e que
utilizava sempre a mesma! Esta situação repetiu-se, sistematicamente, durante a
cerca de hora e meia que por ali permanecemos.
Snob?
Consevadora? “Comichosa”? Talvez. Mas, acredito que, para qualquer pessoa,
teria sido mais agradável ao olfato que o dito senhor tivesse cuidado da sua higiene
corporal, antes de se aproximar dos clientes. E teria sido, certamente, mais
agradável à vista que se tivesse abstido de emborcar cerveja da mesa de
clientes, enquanto trabalhava. É de lamentar que, por circunstâncias várias, a
disciplina de Formação Cívica não seja lecionada de acordo com o objetivo que,
acredito, tenha norteado a sua conceção: educar as crianças para que se tornem
cidadãos que respeitem o civismo que nos permite vivermos em sociedade,
evoluirmos no respeito que devemos uns aos outros! Os quase cinquenta anos de
atraso que a nossa História nos legou já não justificam a falta de civismo que
grassa, ainda, entre muitos portugueses!
sábado, 26 de maio de 2012
SE ME COMOVESSE O AMOR
Se me comovesse o amor como me comove
a morte dos que amei, eu viveria feliz. Observo
as figueiras, a sombra dos muros, o jasmineiro
em que ficou gravada a tua mão, e deixo o dia
caminhar por entre veredas, caminhos perto do rio.
Se me comovessem os teus passos entre os outros,
os que se perdem nas ruas, os que abandonam
a casa e seguem o seu destino, eu saberia reconhecer
o sinal que ninguém encontra, o medo que ninguém
comove. Vejo-te regressar do deserto, atravessar
os templos, iluminar as varandas, chegar tarde.
Por isso não me procures, não me encontres,
não me deixes, não me conheças. Dá-me apenas
o pão, a palavra, as coisas possíveis. De longe.
José Luís Peixoto nasceu a 4 de Setembro de 1974 em Galveias, Ponte
de Sor. É licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Inglês e Alemão)
pela Universidade Nova de Lisboa. A sua obra ficcional e poética figura
em dezenas de antologias traduzidas num vasto número de idiomas e
estudada em diversas universidades nacionais e estrangeiras. Em 2001,
recebeu o Prémio Literário José Saramago com o romance Nenhum Olhar,
que foi incluído na lista do Financial Times dos melhores livros
publicados em Inglaterra no ano de 2007, tendo também sido incluído no
programa Discover Great New Writers das livrarias norte-americanas Barnes & Noble. O seu romance Cemitério de Pianos recebeu o Prémio Cálamo Otra Mirada,
atribuído ao melhor romance estrangeiro publicado em Espanha em 2007.
Em 2008, recebeu o Prémio de Poesia Daniel Faria com o livro Gaveta de Papéis.
Os seus romances estão publicados na Finlândia, Holanda, no Brasil, nos
Estados Unidos, entre outros países, estando traduzidos num total de
vinte idiomas.
Há filmes que nos marcam pela positiva ou pela negativa. Com este aconteceu uma verdadeira deceção. Estávamos curiosos, mas nunca imaginámos que fosse tão mau. Quinze minutos depois do início, saiu um casal. O marido, furibundo, deixou sair, quando passou por nós: "Este não é O Monte dos Vendavais que eu li!". Meia hora depois, duas senhoras abandonaram, também, a sala. Acabámos por ficar nós e mais dois ou três gatos-pingados! O filme foi pesado, cinzento, tristonho, cheio de quase-monólogos. Decididamente, apesar de gostar muito de cinema, continuo a preferir um livro! Valeu pelas gargalhadas, pela conversa e pelo jantar que se seguiu.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Palavras para quê?! É a BRI-O-SA!!!
UM JANTAR ATRIBULADO
PARTE III
Depois
da bebida que, apesar de ter detestado, não lhe tinha, felizmente, provocado
nenhum efeito nocivo, ficou sozinha. O rapaz – rapaz! Como é relativo o
conceito de idade! Como ele muda à medida que vamos amadurecendo! – tinha-lhe
dito que ia “passar revista às tropas”. Seria isso? Devia ser. Mas ficar ali
sozinha durante largos minutos estava fora de questão. Saiu para o corredor e
dirigiu-se à janela, atraída por um ruído de botas a baterem no cimento e uma
voz forte de comando. Fascinada, ficou ali a assistir ao que pensava ser uma
“parada” e curiosa por ver as cabeças dos soldados que constituíam as duas
fileiras todas viradas na sua direção. Só ao fim de alguns minutos percebeu
que, vista do pátio do r/c, a sua minissaia, no 1º andar se tornava muito mais
mini!!!
A
noite parecia ter-se transformado num desastre. Mas, aos 20 anos qualquer
desaire é facilmente ultrapassável. Não deixaria que o jantar fosse
irrepetível!
A
sala de jantar ficava no r/c, num dos lados do pátio agora vazio. Era ampla,
ricamente decorada, mas muito menos acolhedora que o bar. Não achou graça ao
peixe cozido com batatas cozidas que o soldado de serviço lhes serviu. Também
não gostou do vinho nem do facto de não poder estar sozinha com o candidato-a-namorado.
Estava ansiosa pelas gargalhadas que ambos trocariam, afinal, apenas no dia
seguinte.
Sem
mais incidentes, o jantar chegou ao fim e a menina que dera, naquela noite, um
dos primeiros passos para se tornar mulher, saiu pela porta por onde entrara,
algumas horas atrás, impassível perante as adivinhadas risadinhas dos poucos
soldados que se encontravam no quartel.
O
candidato-a-namorado foi-o durante quatro anos. Os jantares e as gargalhadas
mantiveram-se durante todo esse tempo com a mesma candura e a mesma alegria. Há
memórias que podem ser um inferno … outras (estas) teimam em fazer-nos
acreditar no Paraíso!
sábado, 19 de maio de 2012
UM JANTAR ATRIBULADO
PARTE II
O
largo corredor, alongado por uma passadeira vermelha, tinha a parede do lado
direito coberta por quadros antigos com motivos relativos a batalhas. Do lado
esquerdo, uma fileira de janelas abria para um enorme pátio interior. Ao fundo,
por uma larga porta, entrava-se para o bar dos oficiais. Era uma divisão
espaçosa, dividida em bar e sala. Enquanto se olhava, deslumbrada, no espelho
que ocupava praticamente a parede inteira e que refletia toda a sala, o
candidato-a-namorado preparava bebidas para ambos. Era a primeira vez que
beberia wisky! Assustou-se com a voz do homem que entrara, quase
sorrateiramente, na sala. Lançou-lhe o seu melhor sorriso ao aproximar-se da
mão que ele lhe estendia. Subitamente, o movimento coquete de prender o cabelo
atrás da orelha fez-lhe cair o brinco – uma pavorosa bola branca, muito na moda
nos anos 80! - que rolou pela carpete fora, indo deter-se debaixo de um móvel
que assustava só pelo aspeto antiquíssimo. A minissaia justa e os saltos altos
não ajudaram a difícil tarefa de apanhar o malfadado brinco! Ao recolocá-lo na
orelha, fulminou o sorriso trocista do soldado, enquanto procurava,
mentalmente, um novo ínfimo buraco onde esconder o constrangimento!
sexta-feira, 18 de maio de 2012
UM JANTAR ATRIBULADO
PARTE I
Já
eram quase 7 horas e o sol ainda queimava. Tal como as tardes dos últimos dias,
aquela apresentava-se quente e abafada. Felizmente, o curto percurso desde a
paragem do autocarro até ao quartel fazia-se sempre pela sombra das árvores do
jardim que confinava com a frescura das pedras morenas do monumental edifício.
As
meias de seda preta justificavam-se, porque até há poucos dias aquele maio
tinha sido chuvoso e frio – além disso, eram uma peça obrigatória para combinar
com os sapatos de verniz pretos de saltos altos e a minissaia preta!
O
quartel erguia-se no alto de uma larga escadaria. Do lado esquerdo do portão,
um soldado, de postura rígida, vigiava a entrada. Deu dois passos em frente
quando a viu subir os degraus. Vinte anos de alegria, de boa disposição, de
jovialidade, mas, sobretudo, de uma enorme excitação causada pela expetativa
daquele jantar.
-
Gostaria de falar com o oficial de dia – disse, tal como o candidato-a-namorado
a tinha instruído, com ar de uma segurança que estava longe de sentir.
-
O senhor oficial de dia está à espera da senhora. Primeira porta à direita –
retorquiu o soldado.
Era
a primeira vez que lhe chamavam senhora! Ora … primeira porta à esquerda, dissera
o homem … ou seria à direita? Não, primeira à esquerda, tinha a certeza. A
penumbra da minúscula divisão desorientou-a um pouco, mas rapidamente se
apercebeu dos vultos dos dois soldados que se levantaram, estremunhados, dos
divãs encostados à parede, sem perceberem o que fazia ali uma mulher. Quase em
simultâneo chegou o candidato-a-namorado que tentava engolir o riso. Ela
procurava o mais ínfimo buraco no chão, onde pudesse esconder o constrangimento
da situação. Fulminou com o olhar o pobre que não conseguia conter o riso,
enquanto subiam as escadas que levavam ao bar dos oficiais. Mas a noite ainda
lhe reservava aflições maiores!
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Se
tu viesses ver-me...
Se
tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A
essa hora dos mágicos cansaços,
Quando
a noite de manso se avizinha,
E
me prendesses toda nos teus braços...
Quando
me lembra: esse sabor que tinha
A
tua boca... o eco dos teus passos...
O
teu riso de fonte... os teus abraços...
Os
teus beijos... a tua mão na minha...
Se
tu viesses quando, linda e louca,
Traça
as linhas dulcíssimas dum beijo
E
é de seda vermelha e canta e ri
E
é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando
os olhos se me cerram de desejo...
E
os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
quarta-feira, 16 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
A Honra e a Vilania
Era uma vez um lago no meio de um bosque. De dia, os raios de sol
serpenteavam por entre as árvores. À noite, o luar de prata espraiava-se
naquele manto de água que lembrava um imenso espelho.
Por entre a relva verde e macia que
beijava aquelas águas cristalinas, nascera uma margarida. Era uma flor de
beleza suave e delicada, apesar das cores intensas que roubara ao pôr-do-sol. Alegre,
agitada, curiosa, de espírito vivo, Margarida já fora, em vida anterior, um
belíssimo pássaro azul. Morta por um tiro certeiro de um caçador que não a
encontrara, caíra naquele chão e, do seu corpo apodrecido, nascera naquela
belíssima flor. A alguma distância, conseguia vislumbrar uma fileira de árvores
das quais, nos fins de tarde, se evolavam agitados chilreios de quem procura
abrigo. Os pássaros costumavam ir beber da frescura das águas do lago,
saltitando, alegremente, nas suas margens. Eram, sobretudo, eles que saciavam
a curiosidade de Margarida em relação ao mundo que não conseguia tocar.
Certa manhã quente de verão, depois de
uma breve chuva densa e sufocante que limpara o pó que bailava no ar, Margarida
ouviu um chilrear único. Bem perto de si, erguia-se um pedestal de mármore, com
cerca de meio metro de altura, que servira, há muito tempo atrás, de suporte a
um busto que dali havia sido retirado. O pedestal, no entanto, permanecera. No
cimo, um pequeno melro preto, que, há alguns dias, ali vinha fazer a corte à
pequena flor, debatia-se, tentando libertar a pata que ficara presa.
Solícita, e sentindo-se responsável
pela situação, Margarida ofereceu o conforto possível das palavras de quem
também nascera com asas na alma, mas se tornara cativa. Nada havia a fazer, no
entanto. O pequeno pássaro por ali ficou, sendo alimentado pelos companheiros,
que lhe traziam insetos, vermes, larvas, enfim, todo o tipo de petiscos.
A Margarida sabia-lhe bem aquela
companhia. Flor e pássaro foram-se descobrindo, numa partilha de almas, de
afetos, de sentires, nunca antes por ambos julgada possível entre dois seres
tão diferentes. Ela ensinava-lhe a jovialidade, a alegria de viver, ainda que
presa à terra, a tagarelice de quem se sentia sempre ávida de vida … Ele
ensinava-lhe os cheiros de outros lugares, que ela já tinha esquecido, a textura
das árvores, as cores da terra, a serenidade … Assim, a vida ia correndo num
crescendo de afetos.
No entanto, algo incomodava Margarida:
de cada vez que o melro mostrava as suas qualidades – características
positivas, como, modestamente, lhes chamava -, o pedestal elevava-se um pouco.
Margarida conseguia até identificar, com alguma precisão, o número de
centímetros que correspondia a cada virtude: 1 cm para a honestidade, 2 para a
honra, 3 para a lealdade, 4 para a frontalidade. Ora, como é óbvio, cada vez
mais as altivamente proclamadas qualidades do melro o afastavam da pequena flor
que começava a acusar a estranheza do facto e o seu desagrado. Ainda para mais,
o pássaro, lá do alto do seu pedestal, recusava-se a conversar sobre o assunto.
Também não gostava nada das censuras que o melro lhe dirigia quando a via
conversar com outros pássaros que por ali esvoaçavam, de vez em quando. Ora,
Margarida que, apesar de alegre, simpática e doce, tinha os seus momentos de
flor que não se cheira, começou, também, a questionar a forma como o melro
fingia que ela não fazia parte da sua vida
quando familiares e amigos o visitavam. A principio não se sentia excluída,
porque o pássaro, fazendo jus à irrepreensível
retidão de caráter que altivamente alardeava, assegurava-lhe que, quando
os companheiros pousavam junto dele, eram ela e a importância que detinha na sua
nova vida o tema de conversa. Jurava-lhe que era ela e só ela a detentora
daquele nobre sentimento que lhe enchia a alma. Mas a distância e o
distanciamento do melro fizeram-na ponderar melhor a situação.
Cetra noite, decidiu não prolongar mais
a tristeza que a invadia. Despediu-se cedo do melro, fechou as pétalas como preparando-se
para dormir, mas manteve-se alerta. Nada a tinha preparado para aquilo a que
iria assistir. Durante toda a noite, foram passando, pelo alto do pedestal,
folhas e flores trazidas nas asas da brisa suave, e vários pássaros- fêmea. A
cada uma o melro alardeava a sua honra, a integridade do seu caráter, a sua
honestidade. E a cada conquista o melro oferecia o seu canto melodioso, num
gorgeio grave, aflautado. A cada virtude quebrada, uma fissura se estirava pelo
pedestal. A madrugada, já húmida e fria, veio encontrar o melro a hipotecar a
seriedade do seu amor a uma andorinha, que partiu convicta da nobreza do
pássaro. Um belíssimo prototipo de melro: geneticamente poligâmico, embora
socialmente monogâmico! Dezenas de cicatrizes subiam pelo pedestal. Marcas da
vilania, da mentira, da falsidade, da deslealdade! …
Em baixo, sem refrear o mar agitado de
emoções que lhe percorriam a alma, a pequena margarida ergueu o caule. As
pétalas, baças, enrugadas e secas, desenharam ,no ar, imaginários golpes. Num
esforço sobrefloral, Margarida esticou-se, quase arrancando as raízes da terra,
abanou o pedestal altaneiro que, ao primeiro embate, se desmoronou no chão.
Aturdido com a queda, o melro olhou
para a pequena flor que quase não reconheceu nas palavras que lhe dirigiu:
- Ofereço-te a liberdade … mas
destrono-te do pedestal em que te coloquei!
Percebendo ter sido apanhado, o melro
ajeitou as penas, compos o seu habitual ar de criatura moralmente superior e
voou em direção ao luar, que já desmaiava no alto, em busca de nova vítima.
terça-feira, 1 de maio de 2012
EXILADOS
Felizmente nunca tive consciência do
que era viver sob a ditadura e, infelizmente, era muito pequena para apreender
a completude do 25 de Abril e pós-25 de Abril. Mas, sendo essa uma época que me
fascina, particularmente, até pela proximidade no tempo, gostei bastante de ler
este livro. A história faz-nos seguir o percurso profissional e afetivo de uma
herdeira de um dos grupos financeiros dominantes em Portugal, à época.
Apresenta-nos os dois lados da sociedade: os que ganharam a liberdade (usando-a
com mérito ou demérito) e os que perderam dinheiro e estatuto. A protagonista
leva-nos de Portugal a África e, posteriormente, ao Brasil, país onde o último
grupo se refugiou em massa. De lamentar, no entanto, a revisão científica que
permitiu uma série de gralhas, erros e incorreções a nível da construção
frásica.
Manuel Arouca nasce em Porto Amélia,
Moçambique, a 3 de Janeiro de 1955. Viaja pela Europa e pelos Estados Unidos.
Entra na Faculdade de Direito e é nesse período que escreve Filhos da Costa
do Sol, o seu primeiro romance, considerado um dos mais importantes best-sellers
dos anos oitenta, e Ricos, Bonitos e Loucos. Desiste da advocacia e
dedica-se inteiramente à escrita. Foi autor de argumentos de novelas,
nomeadamente Jardins Proibidos, A Jóia de África, Baía de
Mulheres, entre outras. Interrompeu, em 2004, a sua actividade como
guionista para se dedicar exclusivamente à escrita de Deixei O Meu Coração
Em África.