UM JANTAR ATRIBULADO
PARTE II
O
largo corredor, alongado por uma passadeira vermelha, tinha a parede do lado
direito coberta por quadros antigos com motivos relativos a batalhas. Do lado
esquerdo, uma fileira de janelas abria para um enorme pátio interior. Ao fundo,
por uma larga porta, entrava-se para o bar dos oficiais. Era uma divisão
espaçosa, dividida em bar e sala. Enquanto se olhava, deslumbrada, no espelho
que ocupava praticamente a parede inteira e que refletia toda a sala, o
candidato-a-namorado preparava bebidas para ambos. Era a primeira vez que
beberia wisky! Assustou-se com a voz do homem que entrara, quase
sorrateiramente, na sala. Lançou-lhe o seu melhor sorriso ao aproximar-se da
mão que ele lhe estendia. Subitamente, o movimento coquete de prender o cabelo
atrás da orelha fez-lhe cair o brinco – uma pavorosa bola branca, muito na moda
nos anos 80! - que rolou pela carpete fora, indo deter-se debaixo de um móvel
que assustava só pelo aspeto antiquíssimo. A minissaia justa e os saltos altos
não ajudaram a difícil tarefa de apanhar o malfadado brinco! Ao recolocá-lo na
orelha, fulminou o sorriso trocista do soldado, enquanto procurava,
mentalmente, um novo ínfimo buraco onde esconder o constrangimento!
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