... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

terça-feira, 1 de maio de 2012


EXILADOS


Felizmente nunca tive consciência do que era viver sob a ditadura e, infelizmente, era muito pequena para apreender a completude do 25 de Abril e pós-25 de Abril. Mas, sendo essa uma época que me fascina, particularmente, até pela proximidade no tempo, gostei bastante de ler este livro. A história faz-nos seguir o percurso profissional e afetivo de uma herdeira de um dos grupos financeiros dominantes em Portugal, à época. Apresenta-nos os dois lados da sociedade: os que ganharam a liberdade (usando-a com mérito ou demérito) e os que perderam dinheiro e estatuto. A protagonista leva-nos de Portugal a África e, posteriormente, ao Brasil, país onde o último grupo se refugiou em massa. De lamentar, no entanto, a revisão científica que permitiu uma série de gralhas, erros e incorreções a nível da construção frásica.

Manuel Arouca nasce em Porto Amélia, Moçambique, a 3 de Janeiro de 1955. Viaja pela Europa e pelos Estados Unidos. Entra na Faculdade de Direito e é nesse período que escreve Filhos da Costa do Sol, o seu primeiro romance, considerado um dos mais importantes best-sellers dos anos oitenta, e Ricos, Bonitos e Loucos. Desiste da advocacia e dedica-se inteiramente à escrita. Foi autor de argumentos de novelas, nomeadamente Jardins Proibidos, A Jóia de África, Baía de Mulheres, entre outras. Interrompeu, em 2004, a sua actividade como guionista para se dedicar exclusivamente à escrita de Deixei O Meu Coração Em África.


3 comentários:

  1. Provavelmente um livro interessante. Há que conhecer esse lado da questão.

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  2. Olá, Ana!

    Primeiramente, os chamados retornados não eram exactamente muito queridos, ou mesmo bem vistos por quem estava na Metrópole - nome dado por quem estava no Ultramar.

    Só há pouco tempo, já bem mais tarde e como pó assente, o outro lado da História - contadas na primeira pessoa - tem vindo ao de cima, como sempre acontece com o "lado que perdeu".

    Pode ser que calhe esta leitura; obrigado pela sugestão.

    Até à próxima.

    Vitor

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  3. Ana, boa noite!
    É sem dúvida uma boa sugestão.
    Vivi na pele, com o regresso a Portugal o repudio mostrado aos chamados retornados na época. Era apenas uma criança e não foi muito fácil. Filha de pai militar, vivi em Angola e na Guiné, de onde vim depois do 25 de Abril de 1974.

    Beijinho,
    Ana Martins

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