... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

segunda-feira, 21 de abril de 2014


O QUARTO DE JACK

A emocionante e arrepiante história do rapto de uma rapariga de 19 anos que é mantida em cativeiro, num exíguo quarto, durante sete anos. Aí nasce Jack, o narrador, que, com cinco anos, supera os seus medos, toda a fragilidade de uma criança que acaba de saber que o mundo não se resume ao seu quarto nem os seres humanos a si e à sua mãe, e põe em prática uma atribulada fuga que resulta na libertação da mãe e na captura do raptor.

Uma narrativa bem atual, na qual se mesclam sentimentos díspares tanto das personagens como do leitor. Muito bom!

terça-feira, 15 de abril de 2014


ENCONTRO DE AMOR NUM PAÍS EM GUERRA 

            Este livro de contos compõe-se de um conjunto de textos dispersos de Luís Sepúlveda, dividido em três partes: amores e desamores, heróis e canalhas e imprevistos. Todas as histórias estão salpicadas do bizarro, do absurdo. Para além da política, tema dominante no autor, encontramos, também, a guerra, a aventura e, sobretudo, o amor, narrados com uma soberba ironia.

sexta-feira, 11 de abril de 2014


O FIO DAS COISAS

            Há fios que nos ligam a todas as coisas. Alguns de aparência frágil, quase impercetíveis, mas que se vão mantendo sem se quebrarem, fortalecendo-se, até, com o decorrer do tempo. Outros densos como cordas, bem visíveis, aparentemente indeléveis, mas ocos por dentro, desfiando-se facilmente.

            Há um fio que liga a tua boca ao meu ouvido, a minha boca ao teu ouvido. Ouvidos e bocas ligados, enlaçados, entrelaçados em fio mutante. Ora forte ora frágil. Quase rasgando-se, quase enlaçando-se em nó firme. É neste subtil fio que vive este sentimento, balançando-se entre a boca e o ouvido. Suspenso no tempo imóvel de alguns minutos. O fio vai traçando um mapa na memória, formando-se em novelo emaranhado. Nós cegos que hesito em libertar, receando que se desfaçam entre os dedos.

            O fio desenha palavras que sabem ora a fracasso, ora a vitória, ora a ansiedade, ora a desalento. E outros fios se emaranham entre as bocas e os ouvidos. Sombras de outros mapas traçados a fios robustos.

            Por vezes, o fio desenha palavras sem margens, traça momentos que transbordam as cercas que lhes impuséramos. Mas, inexoravelmente, delineia comportas que prendem as emoções.

            Um fio de tempo sem tempo à vista.

domingo, 6 de abril de 2014


A MUHER QUE PRENDEU A CHUVA
Em A Mulher que Prendeu a Chuva, encontramos uma série de contos que versam sobre o quotidiano, realidades bem próximas de todos nós. De destacar o papel da mulher na sociedade e a condição humana. Uma escrita cuja simplicidade nos faz parecer – mas, apenas parecer – que é muito fácil escrever histórias. Mas, sobretudo, uma simplicidade que permite que leitores menos competentes possam ler bons autores sem o receio de os não compreenderem.


Teolinda Gersão nasceu em Coimbra, estudou Germanística, Romanística e Anglística nas Universidades de Coimbra, Tübingen e Berlim, foi Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim, assistente na Faculdade de Letras de Lisboa e depois de provas académicas professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde ensinou Literatura Alemã e Literatura Comparada. A partir de 1995 passou a dedicar-se exclusivamente à literatura.
Além da permanência de três anos na Alemanha viveu dois anos em São Paulo, Brasil, e conheceu Moçambique, onde decorre o romance de 1997 A Árvore das Palavras.
Autora sobretudo de romances, publicou até agora duas novelas (Os Teclados e Os Anjos) e duas colectâneas de contos (Histórias de Ver e Andar e A Mulher que prendeu a Chuva).Três dos seus livros foram adaptados ao teatro e encenados em Portugal, Alemanha e Roménia: Os Teclados por Jorge Listopad no Centro Cultural da Belém, 2001; Os Anjos por por João Brites e o grupo O Bando, 2003; A Casa da Cabeça de Cavalo ganhou o Grande Prémio do Festival Internacional de Teatro de Bucareste, Roménia, em 2005, com encenação de Eusebiu Stefanescu. Encenada também na Alemanha por Beatriz de Medeiros Silva e o grupo Os Quasilusos, em 2005.
Foi escritora-residente na Universidade de Berkeley em 2004.
In http://teolindagersao.com/