... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

APENAS


          Que se aquietem todos! Que saibam que não somos um ‘nós’, que escolhemos, conscientemente, sermos teia de nuvens a anunciar tempestade … mar revolto a ameaçar naufrágio … dunas a formar tempestade de areia … flores bravias a gritar primavera … pássaros selvagens a roçar o infinito … sol de inverno a imitar calor. Apenas.

Que se aquietem todos! Que saibam dos receios, do desprendimento, da lassidão! Que saibam que decidimos não ser. Que as nuvens se contiveram, que o barco se manteve à tona, que a areia acalmou, que os pássaros não levantaram voo, que o sol não aqueceu.

Nunca fomos!

1 comentário:

  1. Olá, Ana!

    Não é nada fácil a quietude de espírito neste mar tempestuoso, a bordo de barco há muito sem timoneiro - e que já nem mesmo terá leme...
    Ainda assim, que se cumpra a profecia - e se chegue a porto seguro.

    Bonito texto!

    Bom fim de semana; abraço amigo.
    Vitor

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