... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

domingo, 25 de agosto de 2013


NAÇÃO CRIOULA

            Escrito em forma epistolar, mas estruturado como um romance clássico, Nação Crioula (nome do último barco negreiro que cruzou os mares entre Angola e o Brasil) ressuscita a personagem coletiva criada por Eça de Queiroz e os seus amigos do Cenáculo, Fradique Mendes.
            Tendo por base a História de Portugal, do Brasil e de Angola do séc. XIX, Agualusa centra a ação no tráfico de escravos (Angola continuava a abastecer o Brasil com escravos, mesmo depois da proibição da escravatura), mostrando as contradições e conflitos daquelas duas sociedades coloniais, fazendo, no fundo, uma crítica irónica ao colonialismo português. Movimento abolicionista versus escravocratas.
            A credibilidade de Fradique Mendes, enquanto personagem (que se sabe ficcionada) é-nos dada através de outras personagens, também ficcionadas, mas inspiradas na realidade e pelas cartas de Fradique ao próprio, Eça, à sua madrinha Madame de Jouarre e à sua amada Ana Olímpia. Em Agualusa, Fradique continua a ser um homem movido pelas emoções, pela vontade de conhecer e entender novas culuras, marcado por inúmeras viagens, um homem adiantado para o seu tempo. Mas aparece preocupado com as questões políticas do Brasil e de África, com uma postura muito menos discreta do que em Eça.
            A não perder!


 

A CORRESPONDÊNCIA DE FRADIQUE MENDES

                Depois de ler Nação Crioula de José Eduardo Agualusa, foi-me impossível resistir a reler A Correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiroz.
            Dividido em duas partes, sendo a primeira (apresentação da personagem) a introdução à segunda (as cartas propriamente ditas), o livro apresenta a personagem Fradique Mendes como se tivesse realmente existido, privando com personagens reais. Uma personagem fascinante, ressuscitada, recentemente, por José Eduardo Agualusa.

1 comentário:

  1. Olá, Ana!

    Escravatura é certamente dos temas que mais histórias, romances e filmes inspirou.Para não falar da escravatura em si mesma, que em larga medida determinou a forma como este nosso mundo evoluiu até aos dias de hoje.

    Não conheço o romance nem o escritor; apenas um pouco sobre a personagem de Fradique Mendes, rica, e a fazer lembrar um pouco Oscar Wilde.
    E lê-lo, será mais um a juntar à lista das minhas boas intenções...

    Boa semana; um abraço.
    Vitor

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