... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

domingo, 26 de janeiro de 2014


CARTAS DE AMOR DE FERNANDO PESSOA E OFÉLIA QUEIROZ

“5/4/1920

Meu Bebé pequeno e rabino:

[…]

Quando nos podemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo … meu Bebé para sentar no colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para … (e depois o Bebé é mau e bate-me …) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuas sendo, mas longe de mim.

Bebé, vem cá, vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boquinha do Nininho … Vem … Estou tão só, tão só de beijinhos …”

[…]

 

“5/4/1920

Meu Fernandinho lindo,

[…]

Hoje o meu nininho é que foi muito bonzinho para o seu amorzinho não lhe disse disparate nenhum (daqueles de costume) vinha muito amiguinho e eu também muito amiguinha dele.”

[…]

Excertos que ilustram - na perfeição! - as palavras do poeta: "Todas as cartas de amor são ridículas"!!!

4 comentários:

  1. Também sinto um pouco de ridículo ao escrever versos de amor, mas é assim que sei "ser poeta" :)

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    1. Reconheça, Vítor, que a questão é de época. Na altura escrevia-se assim e pronto! Hoje conhecemos formas bem mais bonitas e doces - sem lamechices - de dizermos 'amo-te'. : )

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  2. Olá, Ana!

    Este Fernandinho tinha a escola toda...ou não fosse ele poeta - e também um exagerado...digo eu.

    Já quanto ao ridículo das cartas de amor, só o são quando se tornam do conhecimento público, o que supostamente não devia acontecer...

    Boa semana, um abraço, mais um obrigado pelo simpático comentário

    Vitor

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  3. Concordo inteiramente consigo, Vítor. Aliás, pelo sim peno não, já proibi todos os membros da minha família de publicarem, postumamente, qualquer linha que eu tenha escrito a quem quer que seja sobre o amor! : ))

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