... pelo simples e indelével prazer da leitura e da escrita!

domingo, 23 de fevereiro de 2014


NOITE

     Passo a noite reconstruindo aquele momento, reescrevendo as tuas palavras por nascer.

     Sabes que desenhas tempestades com os teus silêncios, fogos de artifícios com as palavras que ainda têm medo de ser?

     Os teus olhos, varandins de onde nos avisto, têm caligrafias ilegíveis, distorcidas. Dança-te nos olhos a minha vontade.

     Transponho a cancela da tua alma, não para entrar no teu mundo, mas para sair de todos os outros.

     Debruço-me no teu sopro e respiro-te.

     Amanheço na tua face.

     Escrever-te é como beijar-te sem lábios…

 

1 comentário:

  1. Olá, Ana!

    Noite longa e mal dormida, esta. Que ainda assim terá sido fonte de prazer - e compensada por um amanhecer contente.

    Um abraço e boa semana
    Vitor

    ResponderEliminar